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Fibra acrílica com atividade antimicrobiana não fugidia e processo produtivo para sua fabricação

  • Foto do escritor: José Maria Marlet
    José Maria Marlet
  • 27 de out. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 29 de out. de 2023

Apresento a seguir como foram desenvolvidas fibras acrílicas com atividade antimicrobiana não fugidia. Também neste mesmo desenvolvimento foi descoberta uma mistura sinergética de compostos microbicidas, que conferiram ampla gama de ação contra vários tipos de microrganismos.

Foram geradas duas patentes que podem ser acessadas nos seguintes endereços:

Este desenvolvimento foi feito em uma instalação piloto para fiação, via úmida, de fibra acrílica com vistas à produção de artigos têxteis. O conhecimento dos detalhes do processo é de fundamental importância para entender a fenomenologia envolvida.

Por exemplo, fibras acrílicas podem ser obtidas pelos processos de:

  • Fiação via seca, onde a solução de poliacrilonitrila é extrudada em uma coluna de fiação e onde o solvente é evaporado por uma corrente gasosa aquecida. Os filamentos assim produzidos apresentam uma estrutura muito mais densa.

  • Fiação via úmida, onde a solução de acrilonitrila é extrudada em uma cuba da coagulação, sendo o solvente é transferido para um meio não solvente e ocorre a coagulação das fibras, sua lavagem para remoção do solvente residual, estiragem e secagem.

A principal diferença entre ambas as fibras acrílicas produzidas por estes processos distintos de fiação está em sua morfologia. As fibras acrílicas produzidas por fiação via úmida são mais porosas.

No processo de fiação via úmida, acontece também outro fenômeno interessante: até a cuba de ensimagem, a porosidade das fibras pode chegar a cerca de 50%, porém durante a etapa de secagem ocorre o colapso dos microfuros e a densidade das fibras se aproxima da do polímero, cerca de 1,17 g/cc, como pode ser observado no esquema a seguir:


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A adição dos agentes microbicidas é feita preferencialmente na cuba de ensimagem, de forma que quando ocorre o colapso da microporosidade das fibras durante a secagem, o agente ativo permanece no seu interior e vai sendo exudado aos poucos, garantindo o efeito microbicida desejado.

O agente microbicida desenvolvido, e aplicado às fibras acrílicas na cuba de ensimagem, explora um efeito sinergético entre compostos à base de fenoxifeno halogenado e de derivados de isotiazolinona.

As fibras acrílicas assim produzidas mostraram-se eficazes no combate a vários microrganismos, tais como: bactérias grã positivas e grã negativas, bactérias produtoras de amônia, fungos, leveduras entre outros.

Estas características antimicrobianas permaneceram nos artigos têxteis produzidos, mesmo após 30 lavagens drásticas e sequenciais. Também não foram detectadas nenhuma alteração nas características físico-químicas das fibras, assim como na sua afinidade por corantes e demais aditivos.

Este é um caso de sucesso no desenvolvimento de novos produtos, mas que não foi adiante na época, pois a empresa havia decidido sair do ramo de fibras acrílicas têxteis em um remanejamento dos negócios. Apenas reforçando que as patentes acima já caíram em domínio público.

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